segunda-feira, 28 de maio de 2012

PSICOLOGIA APLICADA AO ESPORTE DE COMBATE

INTRODUÇÃO BOXE

O boxe está no grupo dos esportes mais antigos do planeta. Os combatentes constituíam uma prática informal, sem regras: dois oponentes ficavam frente a frente e atacavam-se mutuamente com golpes dados com as mãos. Já o boxe moderno surgiu na Inglaterra em meados do século XIX.21 A palavra “boxe” deriva da expressão em inglês “to box”, que significa bater. John Grahan Chambers, um esportista e grande entusiasta do boxe, criou as regras que fundaram o boxe como esporte moderno: as Regras do Marquês de Queensberry. Estas regras não apenas garantiam maior segurança aos pugilistas, como permitiram que o boxe se divulgasse por todo mundo.
Dentre as principais mudanças entre o boxe moderno para o anterior praticado, estão: “todas as lutas deverão acontecer em um ringue de lutas apropriado, cada assalto deverá ter 3 minutos de duração, com um intervalo de descanso de 1 minuto entre eles, os pugilistas deverão usar luvas de boxe, novas e de boa qualidade.” Se antes o boxe era motivo de crítica por sua violência e ausência de regras bem definidas, a partir de 1865 o boxe passa a ser valorizado em vários países do mundo e, principalmente, nos Estados Unidos.
No Brasil, o boxe chegou, no início do século XX. As primeiras exibições de boxe em solo brasileiro ocorreram ainda no “reinado” do grande Jack Johnson, mais precisamente, por cerca de 1910. Consistiam de exibições feitas por marinheiros europeus, que tinham aportado em Santos e no Rio de Janeiro. Os marinheiros pertenciam a classes populares, por isso, este esporte divulgou-se entre aqueles mais marginalizados da sociedade.

Segundo Vieira & Freitas,

Nos primeiros anos do século XX, mal se ouvia falar em boxe no Brasil. A modalidade permanecia quase desconhecida por aqui e a pouca informação relativa ao esporte vinha das comunidades de imigrantes de São Paulo. A novidade ganhou realmente a cena pela primeira vez em 1913.

O boxe só ganhou algumas regras, aproximando-se do que é hoje, no século XVII, no Reino Unido. Foi no ano de 1867, que o uso de luvas e o número de assaltos foram determinados como regras oficiais.
Para tornar as lutas mais competitivas, as regras do boxe definiram categorias que variam de acordo com o peso do lutador (boxeador ou pugilista).
As lutas profissionais possuem no máximo 12 assaltos com 3 minutos cada. Porém, em determinadas competições o número de assaltos pode ser menor.
Nas Olimpíadas, por exemplo, são 3 rounds de 3 minutos cada.
No final de cada assalto, os lutadores ganham pontos, que são atribuídos por cinco jurados da luta. Estes pontos, definidos por golpes e defesas, servem para definir o ganhador em caso da luta chegar até o fim. Quando um lutador consegue derrubar o adversário e este permanece por 10 segundos no chão ou não apresentar condições de continuidade na luta, ela termina por nocaute. Não são permitidos golpes baixos (na linha da cintura ou abaixo dela).
O boxe é um esporte, também considerado arte marcial, que faz parte dos Jogos Pan-Americanos e também das Olimpíadas. Podemos citar como boxeadores que mais fizeram sucesso: Larry Holmes, Muhammad Ali, Sugar Ray Leonard, Oscar de la Hoya, Julio Cesar Chavez e Mike Tyson. No Brasil, podemos destacar Éder Jofre, Adilson "Maguila" Rodrigues e Acelino Popó Freitas.
Principais golpes de boxe: os principais golpes de boxe são: cruzado (aplicado na lateral da cabeça do adversário), jab (golpes preparatórios de baixo impacto e rápidos), direto (soco frontal) e upper (também conhecido como gancho, ocorre de baixo para cima atingindo o queixo).

BOXE FEMININO

Pouco se conhece sobre a verdadeira história da participação feminina no boxe. É difícil pontuar um momento exato dessa inserção. O boxe feminino começou a expandir-se e popularizar-se em meados do século XX, repleto de estigmas e preconceitos.
Segundo Hargreaves (2001), as primeiras participações femininas no esporte aconteceram entre o século XIX e XX.
Antes desse período, as poucas lutas que se tem conhecimento eram repletas de muito sangue e possuíam o intuito de “machucar” a adversária até que uma delas desistisse. Após a inserção das regras, a aderência pelas mulheres à prática do boxe foi maior. Além disso, a exclusão feminina no esporte atua também em nossa relação com a sociedade:


“A ética de argumentos para proibir o boxe é adequada tanto para os homens como para as mulheres, mas o tratamento diferenciado entre os sexos nos fornece um exemplo de como os argumentos biológicos têm sido aplicados de forma sistemática ao corpo das mulheres, a fim de controlar as práticas culturais. A repressão dos corpos das mulheres no box simboliza poderosamente a repressão das mulheres na sociedade [...]”. (HARGREAVES, J., pg. 18, 2001).

Apesar das dificuldades, a inserção de mulheres que praticam boxe olímpico, também chamadas de mulheres pugilistas, vem aumentando principalmente nos países como América do Norte, Europa, México, Japão e Austrália. A criação de federações nacionais e internacionais tem contribuído de forma positiva e acentuada para a adesão ao boxe.
A primeira luta feminina, com registro documentado, aconteceu nos Estados Unidos, em 1876, entre Nell Saunders e Rose Harland (WIKILINGUE, 2010). Porém as lutas só foram transmitidas em canal televisivo em 1954, na qual uma das competidoras era Barbara Buttrick, uma das boxeadoras mais famosas de todos os tempos.

BOXE OLÍMPICO NAS OLIMPÍADAS 2012

A principal discussão das reuniões do Comitê Olímpico Internacional (COI) em 2009 era a adesão ou não da participação do boxe feminino nos Jogos Olímpicos, realizado em Londres, no ano de 2012. O boxe era a única categoria que não tinha a participação feminina. E o COI decidiu, no dia 13 de Agosto de 2009, em Berlim, que o boxe será também representado pelas mulheres. A Federação Internacional de Boxe propôs a participação de 40 pugilistas, distribuídas em cinco categorias, ou melhor, seria realizado por oito mulheres em cada uma dessas categorias. A inclusão do boxe feminino foi uma das poucas mudanças aceita pela COI para 2012.
Cabe lembrar que, hoje, são 120 federações internacionais com várias boxeadoras.

A VOLTA DO CAMPEÃO MACARIS DO LIVRAMENTO

Três meses após sofrer um infarto, o ex-campeão mundial de boxe Macaris do Livramento, subiu ao ringue para uma luta de exibição.
Catarinense de Orleans, o pugilista Macaris Antunes do Livramento adotou a cidade de Curitiba como seu lar e sua base para construir uma trajetória de sucesso no boxe. Nascido em 1960, veio para o Paraná em 1965, mas só começou a treinar boxe aos 26 anos, tornando se profissional em 1989.
Sua primeira glória nacional foi em 1993, quando conquistou o primeiro lugar no ranking brasileiro de boxe. Mesmo perdendo para o campeão brasileiro Luis Won Graff, em 1995, na disputa por pontos, Macaris continuou sua caminhada e, em 1996, venceu por nocaute no terceiro round o argentino Alejandro Walter Baez, conquistando o título de Campeão das Américas. Em 97 conquistou o título da Comissão Mundial de Boxe ao vencer o liberiano Henry Churchill, se tornando campeão mundial de boxe.
Após 105 lutas, sendo 102 vitórias e 78 por nocaute, Macaris se despediu dos ringues, continuando o trabalho com academias. O reconhecimento veio em 2005, quando foi convidado pelo diretor Lucas Amberg para participar do filme “Heróis da Liberdade”, onde interpretou um boxeador. No mesmo ano, recebeu da cidade de Curitiba o título de cidadão honorário da cidade.
Mas as lutas de Macaris não ficaram apenas entre as cordas. No começo do ano, o ex-pugilista sofreu um infarto e precisou de uma angioplastia para sobreviver e poder, neste último final-se-semana, subir novamente aos ringues.



ROSILETE DOS SANTOS




CONCLUSÃO 

Os atletas devem passar por um trabalho psicológico para que não haja intervenção de fatores externos no processo de treinamento/competição. 
A psicologia do esporte não deve se limitar a trabalhar apenas com a preparação psicológica dos atletas visando à melhora do seu rendimento, mas também deve se preocupar com o bem estar dos mesmos. 
Dar aos atletas respaldo psicológico é tão importante quanto lhes fornecer uma alimentação balanceada, afinal, o corpo físico e o mental são as duas faces de uma mesma unidade e merecem a igual atenção (Becker Jr, 1998). Cuidar do corpo significa também percebê-lo como um todo unificado, do qual fazem parte emoções e estruturas mentais.


REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO

Caratti; J. M, “Calçando as luvas”: primeiros comentários sobre a formação do boxe gaúcho (Porto Alegre, 1920). Revista Latino-Americana de História, Vol. 1, nº. 3, Março de 2012

Falcão, R.S. Psicologia, esporte e afinidades. Disponível em:

http://psicologianoesporte.com.br/esporte/a-psicologia-do-esporte-no-judo

Acessado em 18/05/2012.

Lucas,M. Preparação mental nos esportes de combate. 2010. Disponível em: http://www.escolapsicologia.com/preparacao-mental-esportes-combate/. Acesso em 18/05/2012.

Netto, L.M; Ravelli, R.; Biceglia, I.L. A importância da comunicação atleta-treinador e o papel do psicólogo do esporte. Colloquium Humanarum, Presidente Prudente, v. 8, n. 1, p. 71-76, jan/jun 2011

Rubio, K. O Imaginário da Derrota no Esporte Contemporâneo. Psicologia & Sociedade; 18 (1): 86-91; jan/abr. 2006.

Sapienza, V. O que faz a psicologia do esporte? Disponível em:

http://www.lifepsicologia.com.br/lifepsicologia/artigos/o_que_faz_psico_esporte.asp Acesso em: 18/05/2012.

Valle, M. P. do A produção de diferenças pelo esporte. PSICO, Porto Alegre, PUCRS, v. 37, n. 1, pp. 31-35, jan./abr. 2006.

VIEIRA, Lenamar Fiorese et al . Psicologia do esporte: uma área emergente da psicologia. Psicologia em Estudo, Maringá, v. 15, n. 2, p. 391-399, abr./jun. 2010.

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